Recorde de vendas contra a crise
Até setembro, foram vendidos 10.653 imóveis em Goiânia. O número deve passar de 15 mil no fim de 2011.

Embora a economia mundial ainda continue dando sinais de turbulência, por causa da crise financeira na Europa, nunca se vendeu tantos imóveis novos em Goiás como este ano. O mercado goianiense caminha na contramão de outras capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, onde já se registra desaceleração nas vendas. De janeiro até setembro, foram comercializados 10.653 apartamentos, casas em condomínios horizontais e salas residenciais, sem contabilizar as outras casas novas ou imóveis usados.
Este número é recorde, pois supera o total comercializado no ano passado, que foi de 10.516 unidades. A previsão da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) é que até dezembro as vendas ultrapassem a 15 mil imóveis novos, representando aumento de quase 50% em relação a 2010, que foi o auge do setor da construção civil no Brasil.
O empresário Marco Antônio de Oliveira ajudou a impulsionar o mercado imobiliário goiano este ano. Ele adquiriu um apartamento, no Setor Bueno, para morar, embora tenha outro que está alugado. "Acho que o momento é propício para fazer negócios. Se pesquisar o mercado é possível encontrar promoções, ganhar brindes, conseguir taxas de financiamentos diferenciadas e atrativas nos bancos", justifica o investimento.
O empresário Júlio César da Silva e sua mulher Flávia Avelar também estão confiantes. Tanto que se tornaram investidores no mercado de imóveis. No mês passado, eles adquiriram cinco apartamentos, no lançamento do empreendimento, para colocá-los à venda quando a obra for entregue. "Já temos 11 imóveis em construção. Acreditamos que este seja um negócio rentável, pois o mercado está aquecido e o preço do metro quadrado em alta", afirmou.
Atípico
Os empresários do setor esclarecem que não está ocorrendo milagres em Goiás para sustentar as vendas de imóveis novos e o Estado tampouco é uma ilha no Brasil. Mas admitem que o mercado goiano é um pouco atípico.
O presidente da Ademi-GO, Ilézio Inácio Ferreira, afirma que em 2005, quando retomaram os financiamentos imobiliários, impulsionando o setor, o mercado goiano foi o último a reagir e, portanto, agora ainda continua colhendo os bons frutos, pois o déficit habitacional ainda é muito alto, principalmente para as famílias de mais baixa renda.
Ilézio lembra que, quando o governo voltou a incentivar a indústria da construção, com a liberação de recursos, os mutuários e as próprias construtoras temiam buscar financiamentos nos bancos, pois ainda estavam traumatizados com as antigas linhas de crédito, do Sistema Financeiro da Habitação. Somente depois de muito trabalho de conscientização é que as pessoas passaram a confiar no novo sistema habitacional.
Ele lembra que, em 2007, havia apenas três empreendimentos financiados com recursos de bancos, em Goiás. Atualmente, das mais de 200 obras em execução e das 64 lançadas este ano, pelo menos 70% contam com apoio de algum agente financeiro, seja oficial ou privado. Das 10.653 unidades vendidas este ano pelo menos 95% foram financiadas pelos bancos, revertendo uma situação que era bancada pelas próprias construtoras até recentemente. Os 64 empreendimentos lançados nos últimos 12 meses estão movimentando recursos de quase R$ 3 bilhões, conforme a pesquisa da Ademi-GO, realizada pela Grupom Consultoria e Pesquisas.
Preferência
A exemplo do que vem ocorrendo nos últimos três anos, os imóveis mais procurados continuam sendo os de dois quartos, com 59% do total, com preço de até R$ 150 mil, cujo valor se enquadra nos benefícios do Programa Minha Casa, Minha Vida. Em seguida, estão as unidades de três dormitórios e depois as de quatro quartos.
As construtoras, por sua vez, também têm investido mais nesses tipos de imóveis. Em setembro, 50% dos imóveis disponíveis para venda no Estado eram de dois quartos e 37%, de três.
O preço médio das 12.862 unidades lançadas nos últimos 12 meses em Goiás está na casa dos R$ 221.845,00. Setembro registrou um dos menores valores do período: R$ 142.735,00. Mas isso não significa que o preço do metro quadrado tenha caído.
Ao contrário. O valor do metro quadrado dos apartamentos novos aumentou entre 3% e 10,98%, em um ano. De acordo com a pesquisa da Ademi-GO, quanto mais luxuoso um imóvel mais caro é o custo do metro quadrado, independente do seu tamanho. Em setembro, o metro quadrado de um apartamento de um quarto estava em R$ 3.987,78, enquanto o de cinco dormitórios saia por R$ 5.021,53. Já o imóvel de dois quartos tinha o metro quadrado cotado a R$ 2.857,24.
Fonte: O Popular
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